17 de abril de 2012

Underground, To Be or Not To Be? "Odeio o termo underground" diz Edu Falaschi ao G1



O que é ser underground? Será que tem mesmo a ver com a tradução literal do termo "debaixo da terra"? O que significa "sair do underground" afinal? 

Ao que me parece, Edu Falaschi se coloca numa posição superior, e vê o underground como algo que está abaixo, repulsivo. Como se todo evento fosse em "butecos podres com som horrível", como se "sair do underground", dessa angústia (segundo ele), fosse premissa para o sucesso.

Muitos que possuem uma visão parecida vêem o underground como limbo, mas se o Almah não é underground e também não é mainstream, eu diria que este sim é um limbo. 

Cannibal Corpse, Obituary, Deicide, Krisiun são bandas que tencionam o termo, complexificam, o que eu acho muito mais produtivo, essas bandas não tem problemas com essa terminologia, pois se elas podem ser consideradas mainstream hoje, é porque o público lhes deu essa chancela, e esse público pertence majoritariamente ao underground. 

"G1 – Você sente falta de ter reconhecimento no Brasil? Não falo dos fãs do estilo, mas do público em geral... 
Falaschi – Poderia ser maior com certeza. Para as pessoas enxergarem o heavy metal como potencial, como mais um mercado – apesar de a gente cantar em inglês. Canto em inglês por uma questão estética, o estilo soa melhor em inglês. Se fosse fazer por dinheiro, eu montaria uma dupla sertaneja. Eu sou metaleiro mesmo, de alma. As pessoas tiram o sarro, pode falar, não tem problema nenhum. Sou assim desde o começo da adolescência.
G1 – Como é essa história de você não gostar do termo “underground”? 
Falaschi – Eu não gosto mesmo. Porque algumas pessoas me criticaram, depois daquele vídeo [de 2011], querendo dizer que eu nunca fiz parte do underground, que eu era um "playboyzinho" que fiquei famoso depois que entrei no Angra, então acabei falando algumas besteira porque não manjo. E outra: as pessoas que falam isso não sabem da minha história. Eu tenho 20 anos de carreira, metade disso foi no underground, que essa é coisa que só tem boteco podre, com o som podre. 
Eu fico P. porque é um termo que, se você traduzir, você está abaixo do nível da terra, do chão.  Quem fica embaixo da terra, pra mim, é morto, defunto. A gente tem que pensar grande, as bandas deveriam querer sair do underground. Eu tenho muito orgulho de ter aprendido tudo que aprendi no underground, mas eu tenho mais orgulho de ter saído dele e de hoje viver no mundo real. Esse negócio de ficar tocando num barzinho para cem pessoas ser legal – isso aí é papo furado. Se você oferecer um milhão para o cara sair dali, ele sai na hora. Metaleiro que tem esses papos às vezes: “Sou true, sou metal, tem ficar no underground, tem que ser raiz!”. Eu não posso ser raiz, vivendo bem, comendo bem, em bons restaurantes, sustentando a minha família – eu não posso ter isso? 
G1 – Você acha que esse apego ao underground, essa falta de ambição, impede de tornar a coisa maior? 
Falaschi – Isso é coisa de quem não experimentou o outro lado. O rock tem um pouco desse radicalismo, e eu tenho lutado para quebrar isso aí. O cara nunca viveu o lado bom, muitas bandas não têm referência. O que elas conhecem é o quê? É o boteco podre, com equipamento lixo, iluminação ridícula... Mas se [essas bandas] tivessem a oportunidade de tocar em lugares bons... Devia mudar para todas as bandas entenderem o que é a vida real, o que é estar do nível do chão."
Matéria completa em: http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2012/04/odeio-o-termo-underground-diz-cantor-do-almah-e-do-angra.html

3 comentários:

  1. Amo o Edu, mas as vezes ele fala umas coisas que sinceramente...
    Gostei do blog, já estou seguindo.

    Beijos,
    Camilla Lima
    Foco33.com

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  2. Por favor alguém enfie um sapato na boca do senhor Falaschi

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  3. Cara, comecei a ouvir a banda Almah esses dias.. É boa a banda, e o Edu não está tão ruim nos vocais quanto era a um tempo atrás.. Pelo menos não nos primeiros álbuns..
    Parabéns pelo blog, vou seguir.
    Abraço.

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