8 de dezembro de 2009

http://www.youtube.com/watch?v=NiU3orWo_ro


Música da banda Nação Zumbi.

Local X Global

Hoje boa parte das pessoas sabe o que quer dizer globalização, mesmo que não saibam seu exprimir seu significado. Sabem que de alguma forma tudo encontra-se meio que conectado, a internet é o maior exemplo disso, estamos tendo cada vez mais contato com o que acontece lá fora, estamos incorporando cada vez mais valores, aderindo cada vez mais a novos costumes, logo o que produzimos em termos de cultura não vai estar imune a isso.
O underground é constantemente cruzado por essas influências, e pode se dizer que ele possui um forte apelo “globalizante”, mas ao mesmo tempo é no aspecto “local” que as bandas constroem boa parte da sua diferenciação e buscam sua identidade.
A maior parte das bandas do underground compõe em inglês, embora a maioria dos integrantes não saiba falar e a maioria do público não entenda essa língua. Antes que alguns venham criticar o “estrangeirismo”, àqueles que dizem que rock nacional DEVE ser cantado em português. Rock não é um estilo nacional, a guitarra ou mesmo o violão são instrumentos importados, as bandas precursoras do Rock e do Heavy Metal não são nacionais, o Pop, não é invenção do Brasil, logo cantar em inglês é o curso natural das coisas.
O inglês é a língua padrão, há quem fale mal de uma banda por ela preferir compor em inglês, mas os maiores sucessos de bandas como o Nightwish, e o kreator não são em suas línguas pátrias, e as pessoas não se preocupam em renegá-las.
Parece que há um certo medo de perder algo que seria uma identidade, algo que seria original, mas existem exemplos de misturas que deram muito certo, e que ao misturarem elementos diversos alcançaram um grau de “originalidade” muito maior do que se apenas utilizassem elementos de suas culturas locais. Em vez de perderem suas identidades ao incorporar elementos globais, essas bandas agregaram valores locais ao global.
Sepultura, Nação Zumbi, são exemplos de bandas que fizeram isso e tiveram seu merecido reconhecimento. Uma explorou os sons tribais e outra o maracatu, fizeram uma união entre duas culturas muito forte, que é o poder do som do Rock e o poder identitário das culturas regionais.
Ou seja, podemos sim mostrar muito do que somos e pensamos, seja em inglês, português, alemão, italiano etc, e quanto mais elementos usarmos para nos expressar mais eloqüentes nós somos.