Alexandre de Orio é guitarrista da banda Claustrofobia, conhecida de longa data na cena nacional e internacional, e do Quarteto de Guitarras Kroma. Bacharel em guitarra pela FAAM, Pós-Graduado em Estruturação e Linguagem Musical e Docência Superior em Música, está finalizando o primeiro Volume de uma Série intitulada “Metal Brasileiro – Ritmos Brasileiros aplicados na Guitarra Metal: Novos Caminhos para Riffs de Guitarra”.
O livro, que é acompanhado com um CD, em seu primeiro volume trará uma inusitada mistura de Metal com Samba. O blog Rockalogy conversou com o autor para saber de onde veio essa idéia, como fica essa mistura e como vão as atividades do Claustrofobia com o recém lançado álbum “Peste”.
Rockalogy: Como músico, por que a escolha pelo Metal e como se deu a sua entrada para a banda Claustrofobia?
Alexandre: Comecei tocando rock´n roll e aos poucos fui conhecendo bandas de metal e então, passei a curtir e tocar metal também. Você vai aprendendo a ouvir. Eu lembro até hoje, o primeiro contato que tive com bandas mais pesadas e que nessa primeira audição não curti tanto, mas aos poucos você se familiariza e como disse acima você aprende a ouvir. Somente mais tarde, pouco antes de entrar na faculdade de música que comecei a me interessar mais por outros gêneros e começar a estudá-los. Há muito tempo escuto de tudo, sem preconceito, e também já toquei desde Roda de Choro até Big Bands de jazz, mas o metal permanece na veia né!
Entrei na banda assim que eles mudaram para São Paulo porque o guitarrista anterior teve que deixar a banda. Tínhamos amigos em comum na época porque morávamos perto e então um amigo comentou de mim pra eles. Marcamos um dia para fazer um ensaio e conversar, desde então aqui estou. A banda estava no começo também. Começaram em 94 e entrei no começo de 96.
Rockalogy: O Metal é um gênero musical bastante ortodoxo, no entanto é na mistura com outros sons que novas vertentes vão tomando forma, é o caso do Thrash Metal, do Crossover e do Progressivo. O que o Samba pode adicionar ao Metal, sendo gêneros que aparentemente soam antagônicos? Normalmente que gosta de Metal não gosta de Samba e vice-versa.
Alexandre: Vou começar essa resposta resumindo uma epígrafe que coloquei no meu livro e que vale a pena, diz “...há várias tribos dividindo o terreno do rock barulhento e que nem todas se misturam, mas quando se misturam sempre sai coisa boa. Ainda fala “...ainda bem que existem os seguidores rebeldes que cada vez mais se levantam contra o estabelecido e o conservador, e mudam o que já está convencionado...”(Tom leão – Heavy metal:Guitarras em Fúria). Como o Andreas Kisser escreveu no final do prefácio “Crie música sem preconceito”.
Em relação à parte musical em si, o samba utiliza muita síncopa, o que não é característico da linguagem do metal. Isso traz pro metal um “sotaque” diferente. É importante deixar claro a forma de abordagem deste material. Não é simplesmente usar um batuque aqui ou ali e pronto, a idéia não é essa. O que busco é um tratamento especial nos riffs de guitarra utilizando como “pano de fundo” células rítmicas e levadas do samba. É um ótimo estudo para exercitar aquelas palhetadas triplas muito usada no Thrash Metal, por exemplo. Além disso, o livro ajuda no processo criativo de riffs, por estar utilizando esses outros elementos, por exemplo do samba, ele acaba te levando para outros caminhos, com outro “sotaque”. Há vários exemplos no livro e poderá conferir também em alguns vídeos que tenho na internet, riffs que nasceram a partir de uma levada de samba e esse mesmo riff está gravado tanto com a condução de bateria em samba quanto em metal. Isto mostra o resultado que quero alcançar. Se eu não contasse pra ninguém de onde surgiram muitos desses riffs, não saberiam que foi inspirado ou construído a partir de uma levada de samba. Não quero fazer algo “caricaturesco” ou descaracterizar o metal é muito pelo contrário, é enriquecer ainda mais.
Rockalogy: O quanto dessa mistura os fãs vão encontrar no “Peste”, o novo trabalho do Claustrofobia?
Alexandre: Na verdade encontrarão o mesmo tanto como em outros discos do Claustro. Essa forma de tratamento dos riffs que disse na resposta anterior já tem nos discos anteriores, porém muita gente não sabia. A diferença mesmo do “Peste” é da faixa que gravamos com um grupo de samba de raiz chamado Batuque de Corda. Essa faixa soa como uma escola de samba acompanhada pelas palhetadas da guitarra e riffs de metal. A música chama “Nota 6.66” e que está no meu livro também.
Rockalogy: Você pensa em incluir outros ritmos a série “Metal Brasileiro – Ritmos Brasileiros aplicados na Guitarra Metal: Novos Caminhos para Riffs de Guitarra”?
Alexandre: Sim. Já tenho esboços, alguns riffs, idéias etc. Só tenho que ir com calma pra não atropelar as coisas. Além desses outros ritmos que incluirei nesta série, que é mais ligada a ritmos brasileiros, tenho outras idéias também para outros trabalhos voltado ao metal, mas é segredo...ahahaha!!
Rockalogy: Quando lançado, aonde vamos poder encontrar o livro?
Alexandre: Acabou de ser lançado, porém ainda negociarei a distribuição, ainda não sei exatamente como será. Mas a princípio ele será vendido no site oficial do livro que é www.metalbrasileiro.com ou também pode ser diretamente comigo, enviando um email para alexandredeorio@yahoo.com.br
No site, poderá conferir também alguns exemplos musicais contém no livro.
Esse ano haverá muitos shows por todo o Brasil com o Claustrofobia e com o Kroma devido aos novos álbums, portanto estarei vendendo os livros nos shows também.
Rockalogy: Parabéns pelo trabalho que vem realizando em nome do Metal nacional, muito obrigada por esta entrevistas.
Alexandre: Natália, muito obrigado pela entrevista. Parabéns pelos seus trabalhos também porque estou acompanhando. Desejo boa sorte!
Confira o site: http://www.metalbrasileiro.com/
Alexandre de Orio
www.myspace.com/ alexandredeorio
www.youtube.com/ alexandredeorio
www.myspace.com/claustrofobia
www.myspace.com/kromaquartet
www.quartetokroma.com
Confira o site: http://www.metalbrasileiro.com/
Alexandre de Orio
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www.myspace.com/kromaquartet
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