A morte da cena entra em debate mais uma vez, agora com um vídeo com declarações polêmicas do vocalista Edu Falaschi (Almah / Angra), ao web programa Rock Express. O vídeo postado em 7 de novembro, foi gravado no contexto do evento “Dia do Metal” realizado em São Paulo no dia anterior ( 6/11/11).
A “morte da cena” já vem sendo alardeada ha um tempo, tanto por bandas quanto por produtores que dizem levar prejuízo atrás de prejuízo. O público vem sempre como culpado, como aquele que não vai ao show, não compra o CD, o merchandising e, portanto, não colabora para a cena.
No vídeo Edu Falaschi menciona a falta de público nos eventos com bandas nacionais, e os estádios lotados em casos de bandas mainstream “gringas”. Ou seja, não é que de fato exista uma falta de fãs de Heavy Metal, o que está faltando é o apoio às bandas e aos eventos que acontecem fora do contexto mainstream, ou seja, à cena underground.
Acho errado obrigar o fã a ir a evento, a comprar CD, ninguém deve ser forçado a nada, ainda mais no Rock, a pessoa tem que ir e adquirir o material por vontade própria. O underground em algum momento ficou marcado no senso comum como um espaço de exclusão, o que está muito longe de ser verdade. Cada vez mais o underground se faz presente, é a fonte aonde o mainstream vem beber quando precisa de algo realmente criativo e talentoso.
Estar inserido na cena underground requer o mínimo de engajamento, seja interagindo com a “galera rock” da sua localidade, trocando idéias, indo a eventos etc. isso está ligado à idéia de se desenvolver uma opinião própria, baseado na cena na qual interage e o grupo no qual está envolvido, e não apenas reproduzir um discurso dado pela grande mídia/mídia especializada e pelo censo comum.
Vale lembrar aqui que bandas como Metallica, Iron Maiden, AC/DC, surgiram no underground, caso não houvesse um produtor perspicaz e toda uma indústria por trás eles bem que poderia ter continuado por lá. Hoje os tempos são outros, fato; a internet não existia, para o bem ou para o mal, não quero entrar no mérito dessa questão agora, mas isso não diminui o fato de que eles, num primeiro momento, só foram possíveis, por conta de uma cena underground em torno do Metal.
Quantos Metallicas, Iron Maindens, Sepulturas, Slayes não temos hoje no underground e poucos são capazes de notar? Acho que essa capacidade de reconhecer um som de qualidade quando ouve um é que diferencia um verdadeiro fã de Metal, daquele que apenas reproduz essa imagem.
Natália R. Ribeiro
Natália R. Ribeiro
Público de 300 pessoas
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