“O maior símbolo nessa ‘nova cultura juvenil’ é o rock’n roll, que aparece como música delimitada etariamente, especificamente juvenil, com uma ‘linguagem internacional da juventude’, que acompanha e expressa todas essas novas atividades de lazer, assim como o comportamento explosivo da juventude.”
Abramo, Helena Wendel _ Cenas juvenis
A “nova cultura juvenil” a qual Abramo se refere á a dos anos 50-60, pós segunda guerra mundial, norte-americana, em sua maioria branca e de classe média, que agora podiam experimentar toda sua individualidade e gastar seu dinheiro em bens de consumo reafirmavam o valor dessa cultura.
O Rock surgiu com a temática jovem e continua assim até hoje, há quem diga que AC/DC é coisa de velho, mas o Rock não é o mesmo desde a década de 70, ele é o estilo que mais se renova e reinventa, assim como a própria juventude.
Por falar em juventude, não existe apenas uma juventude, a palavra na verdade deveria ser usada no plural, “juventudes”, pois o jovem apenas por assim ser já é contestador e não poderia aceitar a uma categoria que colocasse a todos no mesmo saco. Jovem de periferia, jovem rico, juventude engajada, juventude paz e amor, é cada um na sua.
E o underground é um espaço de encontro dessas juventudes, que marcam a sua territorialidade e pertencimentos grupais, é lugar de construção da identidade, e hoje juventude não representa mais aqueles indivíduos dos 12-25 anos, juventude hoje é estilo de vida, um modo de ser, ou seja, o underground é para todas as idades e todas as juventudes, de preferência o Rock’n Roll.
E se um dia inquietação e resistência eram características dos jovens, eles encontram isso no underground e o próprio meio clama por isso. Estar no underground é uma luta constante, é resistir às adversidades e seguir em frente rumo ao seu sonho, tem que batalhar mesmo por aquilo que quer, não é fácil, não é fácil mesmo.
O underground é um território, é um espaço nosso, fruto da nossa união, afinal uma cena só existe quando a galera se reúne, quando a gente encara os de fora olhando torto, ou quando fazemos nosso som é como se disséssemos aos outros que aquele lugar é nosso, que pertencemos e fazemos parte daquilo.
Natália R. Ribeiro
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