Existe essa tendência de pensarem que o que vem de fora é melhor, a exemplo, bandas que estão no underground daqui a anos e só depois de uma turnê internacional é que ganham “visibilidade”, junto dessa tendência vem aquela de que “a grama do visinho é sempre mais verde”, mesmo sem nunca antes termos pisado lá, mas talvez justamente pela distância é que tenhamos essa impressão.
Muita gente diz que o underground de fora “é outra coisa”, e citam São Paulo, Minas, Brasília, outras capitais em geral, mas a maior parte dessas pessoas se quer foram a esses lugares, ou foram apenas em um evento ou outro, ou seja, estão apenas especulando.
Essas pessoas se esquecem que o underground é composto substancialmente pelo público, quem detona a cena underground a qual pertence está cavando a própria cova.
Engana-se quem acha que existe um ideal de underground, pois o que existe são relatos, menos ou mais apaixonados sobre determinado evento, sobre determinada cena, isso porque o underground é vivo, ele se modifica freqüentemente, não é sempre a mesma coisa, não é fixo.
Outra questão que tende ao erro pelo público mais alienado é o julgamento que é feito das bandas que tocam nos eventos. Não é porque a banda veio de fora que ela é boa, não é porque a banda toca primeiro que ela é ruim. Acontece que as pessoas não estão sabendo julgar, os alienados tendem a se apropriar do julgamento dos outros, que por sua vez tendem a se apropriar do julgamento das revistas, dos sites, das resenhas, e forma um pré-conceito que os impede de ouvir o trabalho da banda de forma coerente.
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