17 de agosto de 2011

Heavy Metal barulho e ódio


“A cultura é menos a paisagem que vemos do que o olhar com que a vemos” (BARBERO, 2001, p.23)
Essa frase de Jesús Martín Barbero mostra que a cultura não é algo dado, a cultura é um processo e está em constante transformação. Ela tem mais a ver com a forma como vemos as coisas, do que as coisas em si. Pessoas que fazem parte do meio underground tendem a enxergar as coisas de uma forma diferente de quem não pertence a esse meio e vice-versa.

O Heavy Metal é um gênero musical complexo, geralmente os headbangers são: “os metaleiros”, que só andam de preto, ouvem músicas aonde as pessoas não cantam, em vez disso ficam berrando, ninguém entende nada, uma música violenta, “pauleira”, e que adora o demônio. Isso acontece porque o Heavy Metal contesta uma série de valores que são tidos como dogmáticos pela sociedade comum.

Para começar a religião, o Heavy Metal prega a autonomia do indivíduo, Deus e diabo são vistos de formas diferentes. Valores estéticos; o preto é predominante, couro, tachinhas, spikes, para o headbanger o Heavy Metal também é estilo de vida e isso implica nas roupas que ele vai usar. Piercings, tatuagens, alargadores, cortes de cabelo diferentes, tudo isso incomoda.

Quando Arnaldo Jabor fala que o Heavy Metal e o Punk glorificam o barulho e o ódio ele está querendo estigmatizar o gênero, o ódio, o barulho e a violência é o que vivemos diariamente, isso é puro reflexo da nossa realidade, mas que poucos preferem enxergar. Em vez de cantarmos os “barquinhos da bossa nova”, cantamos a hipocrisia, a miséria humana, a intolerância. 



Um comentário:

  1. Você está certa Natália, e isso é
    Mais um exemplo de ignorância e preconceito contra o Heavy Metal!

    Achei muito infeliz a abordagem da matéria no vídeo. Aproveitar um crime horroroso contra um artista (que provavelmente quem fez a matéria nunca tinha ouvido falar antes)para atacare tecer comentários rasos sobre um estilo musical o qual claramente nunca foi pesquisado nada além de ler títulos e ver capas sem ao menos ler uma letra ou ouvir um disco.
    A matéria confunde vítima com criminoso,responsabiliza o próprio artista pelo crime!! Um verdadeiro absurdo!
    Isso é que é julgar pelas aparências.

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