Tocar de graça em um evento muitas vezes pode ser vantagem para a banda, ainda mais se ela estiver começando, um show é a melhor e mais eficiente forma de divulgação do seu trabalho. Para a banda fazer um show ela precisa ensaiar, precisa de um equipamento legal, precisa ir até o local do evento que muitas vezes não é perto, precisa de alimentação, ou seja, tem um custo.
Quando a banda toca de graça é como se ela estivesse fazendo uma troca, onde a produção garante mais uma atração, e a banda divulga seu trabalho. Porém o ato “jabalesco”, que põe o dinheiro na frente da música, também se tornou um costume no underground e fez crescer o olho de muita gente que resolve promover um evento.
É a lei da oferta e da procura, centenas de bandas e nenhum lugar pra tocar, ambiente propício a aproveitadores baratos, pro cara que prefere por quaisquer 10 bandas num evento, cada uma dando 100, 150 pratas, do que produzir um evento legal de fato. O pior é que na falta de opção a banda acaba pagando, e sai no prejuízo, por que eles não estão nem aí pra divulgação e o som é de quinta.
Se a banda tem que vender tantos ingressos pra tocar, isso é o mesmo que ter que pagar. Se a banda vai tocar sem custo nenhum, ela mesma que tem que divulgar o evento e ela mesma que vende o ingresso o que o produtor faz?
A parada está num nível tão insano que esses produtores acham que estão fazendo um grande favor à banda e a cena, quando é justamente o contrário, estão é jogando mais terra em cima.
Natália RR