31 de maio de 2010

Clip da Semana - No Mercy, banda Uníssonus

Clip da banda Uníssonus de Jacarepagua, Rio de Janeiro.
Banda que se preocupa em ter uma boa produção, tanto de seu vídeo, quanto de suas música, e segue firme a luta no underground




First demo-clip from uníssonus band.




Rafael Rassan - Guitar

Fabiano Medeiros - Bass

Sérgio Sanchez - Guest Drummer

26 de maio de 2010

Pensando o Underground


É muito difícil ter como objeto de estudo a cena underground, de onde quer que seja, pois é um ambiente orgânico em constante mutação, poucos esforços foram feitos até então neste sentido. Do nada aparece uma tendência, uma banda, as próprias pessoas mudam muito, pois trata-se de um público majoritariamente jovem, e ao mesmo tempo é tudo muito intenso.
As bandas underground têm pouca infra-estrutura, passam por diversas adversidades, mas mesmo assim produzem e na minha teoria é isso que mantêm a chama acessa, pois a multidão que pode lotar um show é composta por um público, que forma suas opiniões não apenas do que vem de cima, mas também do resultado mais incisivo do contato intra-indivíduos, que acontece no âmbito local.

O fato de bandas underground não fazerem uma divulgação mais incisiva do seu trabalho, procurando sites e publicações especializados confirma essa questão local do underground não é que essas mídias não divulguem mas elas não são procuradas por essas bandas, poucas bandas do underground fazem esse esforço para uma divulgação mais a longa distância, digamos assim. Um dos motivos que eu posso imaginar é que não é tão interessante uma banda do Rio de Janeiro veicular seu som numa rádio alternativa do Paraná, se ela não vai ter condições de se apresentar por lá, por exemplo. Essas bandas recebem muito pouco ou quase nada, isso quando não pagam para poder tocar, bancar uma viajem dessas sai caro. Como eu disse falta estrutura, mas eu espero que com o meu trabalho de pesquisa eu possa de alguma forma mudar um pouco esse quadro.

Natália R. Ribeiro

24 de maio de 2010

Clip da Semana - Metal Command, Exodus (1985)

Esse vídeo representa bem esse som específico da década de 80, essa música é um dos hinos do estilo, tendo em mente esse som não é difícil montar um paralelo com as bandas que seguem essa proposta nos dias atuais.

19 de maio de 2010

O “Novo” Thrash Metal Old School Oitentista



A capa desse mês da revista Roadie Crew (Maio, 2010) é uma edição especial sobre a “Bay Area”, lugar que é tido como o berço to Thrash Metal, de lá saíram o Exodus e o Metalllica entre outras bandas do estilo. A escolha dessa pauta não deve representar outra coisa se não a força que o “movimento Thrash” tem representado entre headbangers que são público da revista e que acaba influenciando também os não leitores de alguma forma.

Um fato que eu tomo curioso é o aparecimento de bandas novas, com integrantes também novos, mas que se propõem a fazer um som que evoca uma época na qual eles nem eram nascidos muitas vezes, são bandas de Thrash Oitentista.

Ser influenciado por um estilo predecessor é o caminho para a formação de qualquer identidade, todo discurso é composto por discursos anteriores, uma nova ordem não é estabelecida por vontade própria ou determinação.

Mas o que me leva a questionar essa nova onda, se é que podemos chamar de nova, é até que ponto esse discurso do Thrash está apenas sendo reiterado, num esforço sobre-humano de nos transportar de volta no tempo e em que pontos esse discurso vem sendo reapropriado num novo contexto.

Será que não é a própria revista, ou as publicações especializadas que estão fazendo uma análise rasa, de simples comparação apenas, ou são as bandas que o fazem de forma proposital? Como o público se comporta em relação a isso? Que público é esse?

Será essas bandas provocam mesmo tal gral de imersão que somos capazes de voltar no tempo? Isso de alguma forma não provocaria uma estagnação dessas pessoas, num sentido etnocêntrico mesmo, isso seria bom? Seria ruim? De fato isso se aplicaria?

O que você pensa sobre isso?

Natália R. Ribeiro

17 de maio de 2010

Clip da Semana especial ""Adeus Dio, você nos fará muita falta..."

Message from Wendy Dio


Today my heart is broken, Ronnie passed away at 7:45am 16th May. Many, many friends and family were able to say their private good-byes before he peacefully passed away. Ronnie knew how much he was loved by all. We so appreciate the love and support that you have all given us. Please give us a few days of privacy to deal with this terrible loss. Please know he loved you all and his music will live on forever.



- Wendy Dio


You can leave your condolences on Facebook


*Hoje meu coração se despedaçou, Ronnie faleceu às 7:45 da manhã de hoje, domingo, 16 de maio de 2010. Muitos, muitos amigos e familiares puderam estar presente para se despedir antes que ele partisse.

Ronnie sabia o quanto todos o amavam.
Agradecemos o amor e apoio que vocês nos deram.
Por favor, nos dêem alguns dias de privacidade para lidarmos com esta terrível perda.
Por favor, saibam que ele amava a todos e sua música viverá para sempre".


http://www.ronniejamesdio.com/
 
E o mais um Deus do Metal parte e nos deixa desolados aqui no mundo real. Sem dúvidas Ele tinha uma das vozes mais marcantes do Metal, sem dúvidas foi responsável por muitas mudanças que levaram o Heavy Metal até onde ele se encontra hoje.
 
Vida longa aos Deuses que ainda nos restam, pois a forma da qual foram feitos ha muito não existe mais. Temos agora que nos reinventar está na nossa hora de salvar o som pesado nosso de cada dia.





Entrevista na qual ele fala de sua luta contra o câncer.

13 de maio de 2010

Tatuagens, Piercings e Alargadores...



Num evento underground é notável o grande número de pessoas que possuem algum tipo de marca corporal, tal como piercing e tatuagem, e justamente por ser algo notável é que se faz relevante um esforço para entendermos melhor esse fenômeno e como ele se relaciona com a cena.


As marcas corporais possuem uma longa história. Até o século XVIII no Ocidente eram violentamente combatidas e condenadas pela igreja, que considerava uma blasfêmia, pois, se o corpo foi feito à imagem e semelhança de Deus, modificar essa imagem equilave a desfigurar sua “perfeição natural”, segundo a tradição judaico-cristã as diversas marcas permanentes do corpo distinguiam o pagão do crente, o ímpio do fiel. Durante o período medieval elas estiveram intrinsecamente ligadas às culturas pagãs e carregavam significados mágicos e protetores, assim como esteve presente entre povos bárbaros (povos guerreiros), como os Celtas e os Vikings.

“No final do século XVIII que as marcas corporais começaram a popularizar-se no contexto da sociedade ocidental européia”.* Na época das expedições marítimas, colonização, da descoberta de novos continentes as tripulações desses navios entravam em contato com os povos nativos, estes marcados corporalmente. “A tatuagem e o brinco passaram, então, a constituir uma importante parcela simbólica da experiência de navegação (...)”

A partir daí as marcas corporais ganharam cada vez mais esse sentido de estigma, no sentido de quem as porta ser socialmente mal visto. De uma “sociedade selvagem”, e nesse sentido inferior, como símbolo pagão e marginalizado (seu processo de importação e apropriação localizou-se em grande média nos guetos das culturas populares urbanas, entre marinheiros, estivadores, prostitutas, membros de gangs, entre outros*) de exóticas, no século XX, passaram a serem tomadas como expressão corporal de patologia criminal, solidificando ainda mais o estereótipo negativo.

Marcas corporais também foram usadas para diferenciarem indivíduos livres de indivíduos submetidos; escravos, “trabalhadores”de campos de concentração, presidiários. Estes últimos em especial deram um novo valor simbólico às marcas, quando começaram a incorporá-las voluntariamente fazendo correspondência a um ato de resistência aos processos de disciplinaçao do sujeito. As tatuagens ganharam assim um valor de rebelião, de contestação social.

Por mais que a sociedade lutasse contra as marcas elas ganharam crescente sucesso depois da II Guerra Mundial, sendo apropriadas por subculturas, tribos, grupos e cenas, mas é claro, num novo contexto. As marcas corporais começam a ser incorporadas a cultura dominante como formas de expressão pessoal e de singularizaçao social*, não mais daquela forma quando as marcas designavam uma coletividade e eram identificados por ela socialmente de forma clara e precisa. Hoje elas têm estão mais ligadas à exclusão do que a inclusão na sociedade como um todo.

Mas cada vez mais a tatuagem e o piercings, e outras formas de modificação, como o stretching (ou dilatação) tem ganhado mais adeptos e eles são de toda ordem, jovens, adultos, pobre, ricos, com ensino superior, “patricinhas” (como consta numa entrevista do artigo), funkeiros, mães e pais, headbangers, empresários, artistas de cinema etc.

A incorporação das marcas pelo star-sistem musical, funcionou como meio de relativa aceitação e familiarização social com as marcas corporais (...) ,sobretudo sobre os segmentos mais jovens, para quem freqüentemente essas celebridades constituem referencias culturais identitárias”(soma-se a isso a popularização dos estúdios de tatuagem e a regulamentação dos mesmo, sem esquecer da invenção da máquina de tatuar elétrica, em 1980). A marcas acabam sendo desmistificadas, perdendo parte dessa aura de marginalidade e exotismo, porém sem perder o remanescente expressivo de diferença e de singularidade social.

O underground é onde as tribos se reúnem, cada tribo tem sua característica, sua identidade. O incrível é pensar em como isso é mantido, sendo que esses grupos estão sempre em contato os outros, e em vez de haver uma homogeneização está cada vez mais segmentado (discussão para um futuro post). Tem os tatuados, os muito tatuados, os tatuados com piercing, os que tem a tatuagem seguindo um determinado estilo ou linha, os que só tem piercing, e essas marcas corporais geralmente apontam para um determinado gosto musical, uma determinada vertente, que por sua vez envolve uma “ritualística” ligada a essas marcas.

Ou seja, marcas corporais tem TUDO a ver com underground, e tem muito o que falar sobre isso ainda.

Natália R. Ribeiro

Para este post foi usado como apoio o artigo “Do Renascimento das Marcas Corporais em Contextos de Neotribalismo Juvenil – Vítor Sérgio Ferreira”, presente no livro “Tribos Urbanas: Produção Artística e Identidades – José Machado Pais e Leia Maria da Silva”.

As partes marcadas com “*” foram colagem de passagens do texto do artigo.

10 de maio de 2010

Clip da Semana - Ratos de Porão, Beber até Morrer

O Ratos faz excelente uso do que ficou da filosofia punk, não estou a dizer que o punk está morto, ele está por aí em suspenso sendo incorporado pelas galeras em algum lugar, o punk é underground e porque só se faz possível no espaço underground, por isso que eu disse que o que o Ratos trás é um resquício, uma apropriação muito bem feita.
O que os fãs mais reclamam é da mudança que sofrem algumas bandas ao passarem de um meio para outro, por mais sutil que elas sejam, mas nenhum meio é neutro, um novo meio inaugura uma nova ótica pela qual o objeto passará a ser observado, mas isso também não exclui o meio anterior (neste caso o underground), mas sim há mudanças também.

Natália R. Ribeiro

5 de maio de 2010

Indústria Underground??



Seguindo com o tema denúncia, vou levantar algumas questões sobre essa exploração que vem sendo feita do underground, mais exatamente das bandas e que acaba desencadeando para o público.
Eu noto um certo paradoxo por parte de algumas pessoas sobre a ideia que elas fazem underground, ora ele é um meios alternativo, de bandas com poucos recursos, ou com pouco poder de barganha do mercado, ora o termo underground é praticamente excluído da conversa, ganhando uma conotação quase pejorativa, e as bandas são obrigadas a se adequarem a uma lógica mercadológica própria da indústria cultural.

Num momento as bandas estão produzindo seus discos independentemente, conquistando seu lugar, numa lógica de recompensa e reconhecimento e no outro vêem-se quase obrigadas a compactuarem com a exploração típica da indústria musical, onde o bom trabalho e o reconhecimento pouco importa, pois é coisa que pode ser conquistada com investimentos, são coisas posteriores (no underground essas coisas devem vir antes para poder dar certo).

Na minha opinião pessoas que vêem no underground um terreno de exploração estão sendo no mínimo precipitados, estão investindo no lugar errado, em vez de regar a muda para fazer a planta crescer e colher bons frutos no futuro, estão colhendo apenas os brotos e jogando a planta fora (exemplo tosqueira, mas acho que funcionou). Não há um investimento nas bandas, nem mesmo na qualidade do próprio evento.No marketing a gente chama isso de falta de visão.

Mas o underground também não pode ficar parado, tem que haver coisas acontecendo, mas que sejam bons eventos, e que de uma vez por todas que fique entendido com um bom evento, aquele que trabalha junto com as bandas, a favor do público, do som.

Natália R. Ribeiro

3 de maio de 2010

Clip da Semana - Movido Pela Raiva, banda Scatha

Vídeo da banda carioca Scatha,
"(...) caras que se dizem produtores, e só querem arranjar um jeito fácil de ganhar dinheiro... é vergonhoso mesmo e sou totalmente contra banda vender ingresso que é pagar pra tocar... E é por isso que a Scatha acaba ficando com fama de "estrela" pq não aceita pagar pra tocar... mas eu não estou nem aí, pq o importante é cada banda colocar a mão na consciência e valorizar seu trabalho batendo o pé pra esse tipo de evento."

É como a banda disse cada um deve fazer a sua parte, o que é bom para a banda e é bom para cena. É uma visão fatalista pensar que o underground só funcionaria com esse sistema, uma banda não é "estrela" por se recusar a pagar para tocar, a não ser que ser estrela signifique ter responsabilidade e apresso pelo trabalho realiza



(letra)

Acordar na pressão

da exaustão de antecessão

Não lamentar por outro alguém

Aonde aqui um é cem



No cansaço dia-a-dia

O que lhe move e entedia

Ser o que alguém te diz

Se libertar da litargia



da Ascenção à depressão

Se enganar com a Ilusão

Se reprimir e não sorrir

Viver sem reagir



No cansaço dia-a-dia

O que lhe move e entedia

Ser o que alguém te diz

Se libertar da letargia



raiva, o que lhe move

Retarda, e lhe consome



ter que aceitar

fazer e não reclamar

obedecer e calar

se fuder pra não erraaaaaaaaar



[Solo]



Acordar na pressão

da exaustão de antecessão

Não lamentar por outro alguém

Aonde aqui um é cem



No cansaço dia-a-dia

O que lhe move e entedia

Ser o que alguém te diz

Se libertar da letargia



Movido pela raiva

Movido pela raiva

Movido pela raiva

Movido pela raiva

Movido pela raiva

Estou!